Relações humanas, tecnicas e conceituais

Joaquim Dalvo preparava-se para uma reunião muito especial com Filipe Lucas, o diretor comercial de uma empresa estatal de energia elétrica. Para Joaquim, aquele era um dos dias mais importantes de sua vida profissional. Afinal, até então, tinham sido poucas as vezes em que ele conversaria seriamente sobre o seu trabalho com o diretor comercial. As relações de trabalho entre eles, geralmente, eram mantidas através do chefe imediato de Joaquim, o engenheiro Frederico Aquino, gerente do departamento comercial.
Joaquim Dalvo é um homem de razoável poder e de muito potencial na empresa, tendo conseguido, desde cedo, deixar bem claro a marca de sua presença no departamento comercial. Além disso, Joaquim está convencido de que a rapidez com que Filipe Lucas atendeu o seu pedido de audiência é uma forte evidência do respeito que o diretor tem por ele. Mais do que isso, Joaquim acredita que ele e Filipe Lucas são homens feitos do mesmo estofo, e está certo que o próprio Lucas reconhece isso.
Joaquim, no fundo, é um verdadeiro “tigre” dentro da empresa. Ele preparou-se muito bem para uma carreira rápida, entendendo a vida profissional como uma constante batalha, onde o mais preparado e o mais esperto sobrepõe-se aos demais. Depois de formar-se em engenharia, quando já trabalhava na empresa, ele fez, também, a faculdade de administração. Além disso, era perspicaz e sempre demonstrou uma rigorosa disciplina profissional. Sua habilidade mais invejada pelos colegas era o perfeito domínio das mais sofisticadas técnicas de eletrônica digital e informática.
Em pouco tempo, Joaquim conseguiu fazer de si próprio uma peça chave no departamento comercial e, por extensão, na própria diretoria comercial da empresa. Na área de informática inclusive, ele era considerado verdadeiramente insubstituível. Na verdade, seus conhecimentos técnicos eram efetivamente indispensáveis no caso de um complexo de informática, para a orientação aos consumidores industriais, sobre redução dos custos de