Relações de trabalho e transformações sociais
Para entendermos mais sobre como e porque o homem se comporta devemos estudar o trabalho humano, devemos entender como os homens transformam a natureza e como se organizam para produzir. O comportamento é determinado a partir das relações de produção. Diferentes ambientes de trabalho exigem indivíduos radicalmente diferentes. O lugar onde uma pessoa trabalha determina a que horas ela deve acordar, por conseguinte, a que horas deve dormir, que roupas usar, que aparência apresentar, que tipo de linguagem utilizar, suas relações sociais, seus projetos. E todos esses pontos juntos mostram “o lugar que o individuo ocupa na produção”. Todas as mudanças nas relações de produção visaram libertar o homem do domínio feudalista e torna-lo livre para vender sua força de trabalho. E com isso chegamos à produção capitalista, modo de produção que transpassa por toda a atividade do homem “com quem você se relacionará”, o que você produz”, “oque consome”, “de que maneira você consome”, “de que maneira você produz”, “quem você é”. O homem passou a vender sua força de trabalho, a tornando uma mercadoria, isso teve consequências profundas na sociedade humana e, também, no comportamento humano. A sobrevivência do homem passa a depender não só de seu trabalho, mas sim do trabalho social, seu trabalho deixa de ser definido por suas necessidades e passa a ser definido por critérios sociais. O trabalho humano perde sua especificidade e se transforma em valor abstrato, confundindo-se com a moeda que o representa. A divisão de trabalho faz com que todo individuo dependa do mundo inteiro para a satisfação de suas necessidades. A matéria prima é produzida em um país, as ferramentas em outro, a montagem é feita em outro e o produto final é consumido por todos. O capitalismo de apropria do trabalho humano, portanto, se apropria do comportamento humano.