O serviço social e contradição
INTRODUÇÃO
O SERVIÇO SOCIAL E CONTRADIÇÃO
O Serviço Social tem seu surgimento marcado pela consolidação do sistema capitalista no momento de sua manifestação como monopólios, momento este marcado pelo afloramento da “questão social”, entendida aqui como:
[...] conjunto das desigualdades sociais engendradas na sociedade capitalista madura, impensáveis sem a intermediação do Estado. Tem sua gênese no caráter coletivo da produção contraposto a apropriação privada da própria atividade humana- o trabalho-, das condições necessárias à sua realização, assim como de seus frutos. É indissociável da emergência do ‘trabalhador livre’, que depende da venda de sua força de trabalho com meio de satisfação de suas necessidades vitais. A questão social expressa portanto disparidades econômicas, políticas e culturais das classes sociais, mediatizadas por relações de gênero, características étnico-raciais e formações regionais, colocando em causa as relações entre amplos segmentos da sociedade cível e o poder estatal. (IAMAMOTO, 2001:16, 17).
Não queremos dizer que é só neste momento histórico que a “questão social” emerge, pois a mesma, segundo Pastorinni (2004), apresenta diferentes manifestações nos diferentes estágios pelos quais passou o sistema capitalista, com variantes formas de enfrentamento da mesma pela sociedade e posteriormente pelo Estado, contudo sua gênese marcada pela contradição de classes manteve-se a mesma no decorrer da história.
A “questão social”, objeto do Serviço Social tem uma relação com o Serviço Social desde sua gênese como profissão, ela sustenta sua base de intervenção. Todavia, não se coloca de imediato nesta relação, pois “as conexões genéticas do Serviço Social profissional não se entretecem com a “questão social”, mas com suas peculiaridades no âmbito da sociedade burguesa fundada na organização monopólica”. (NETTO, 2000:18).
Essa forma de conceber o Serviço Social é entender que o mesmo se constituiu a partir de