Relação igreja x trabalho
O crescimento do capitalismo não se deveu apenas ao racionalismo econômico, mas também a motivações de ordem religiosa. Para Weber há algo no modo de vida dos protestantes que favoreceu o crescimento do capitalismo. Algo que outros ascetismos como os católico e luterano impediram. Ao contrário da doutrina católica, o protestantismo não considera que as boas ações do homem possam influenciar em sua salvação. Muito pelo contrário, esta salvação não depende do seu comportamento durante sua vida. Já que a ideia católica das boas ações e do agir moralmente não garante a salvação, só podemos imaginar que alguns são predestinados. Cria-se a ideia então de que o sucesso na vida é um sinal de predestinação. Surge então o pensamento de que a riqueza é o sinal de nossa salvação a qual é conseguida através do trabalho. Consequentemente o trabalho e seu fruto o dinheiro se tornam coisas quase que divinas. Lógica essa não encontrada no catolicismo que tem uma visão mundana do trabalho e do enriquecimento (exemplo disso temos a expulsão de Adão e Eva do Paraíso e sua condenação de viver do suor do próprio trabalho), como se o trabalho fosse um castigo imposto aos homens. O sinal da salvação é dado pela prosperidade do homem que acumula, e não pelo homem que gasta, pois este último não trabalha pela glória de Deus, portanto não deve ser um escolhido. Essa acumulação de capital, segundo Weber, foi determinante para o desenvolvimento do capitalismo. Ao que me parece esse mundo regido pelo ascetismo religioso acabou tomando o efeito contrário e criando um mundo marcado pela materialidade e busca de riquezas, e que já não mais necessita dessa religiosidade e muitas vezes a enxerga como um obstáculo ao seu