Relação entre profissionais de saúde e mulheres
AGUIAR, J.M.; SIMÕES-BARBOSA, R.H. Relações entre Profissionais de Saúde e Mulheres HIV+: uma abordagem de gênero. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 22(10): 2115-2133, Out, 2006.
O estudo em análise trata-se de uma abordagem às relações entre profissionais de saúde e mulheres soropositivas, enfatizando-se as diferenças de gênero e de âmbito social. Nesse contexto é exposta a representação simbólica dos atores sociais (profissionais de saúde e mulheres infectadas pelo HIV) após a realização de pesquisa realizada em um ambulatório de hospital público do Rio de Janeiro, a qual, por meio de entrevistas, abrangeu informações relevantes para caracterizar tal relação e sugerir melhorias para a assistência à saúde das mulheres soropositivas.
O conceito de ideologia simboliza as relações sociais, atribuindo identidade social às mulheres (principalmente vinculada à maternidade e sexualidade), principalmente em virtude da função reprodutiva, reforçando a subordinação social destas. Todavia, no cenário epidemiológico da AIDS é possível notar a existência de desigualdades de gênero devido à vulnerabilidade da população feminina aos riscos da doença e da transmissão, o que pode comprometer a imagem da mulher/mãe/esposa, considerada, tempos atrás, como protegida de tal mal. Essa realidade tem sido transformada com a evolução da AIDS, em decorrência da propagação do HIV em mulheres, cuja transmissão tenho ocorrido através de parceiros sexuais, principalmente em relacionamentos conjugais.
As estratégias para controle e combate à epidemia da AIDS, muitas vezes sofrem interferências de fatores relacionados às diferenças sociais e de gênero. No que tange à ideologia social, é possível notar a pauperização da mulher como fator impactante no perfil epidemiológico da AIDS. Já na ideologia de gênero, inclui diferenças de sexo e posições sociais diante do meio em que convivem, podendo muitas vezes, ser associada às diferenças de raça, etnia e classe. Existem programas de saúde