Psico
O encontro entre um profissional de saúde e seu paciente nem sempre se dá de maneira efetiva. Quando a relação entre eles é estruturada de forma hierárquica e desigual e o médico é posto como o provedor do saber enquanto o paciente é posto como uma enfermidade, estamos lidando com uma relação serviço de saúde-doença. Em situações como essa não ocorre um encontro. Como dito por Paulo Freire, “uma comunicação solidária entre homens não se fundamenta na relação de um sobre o outro, mas na solidariedade de saberes entre ambos, intencionados a transformar o mundo”. Além disso, ele também observa que “ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, as pessoas se educam entre si, mediatizadas pelo mundo”. O encontro entre o profissional de saúde e seu paciente é um encontro de saberes, uma troca de experiências na qual ambos se doam e absorvem o que o outro tem a doar de maneira mútua.
Infelizmente em muitas ocasiões não ocorre um encontro entre o profissional de saúde e o paciente porque não há uma consciência forte o suficiente quanto a importância desse encontro. O que é visto hoje em dia são inúmeras escolas de medicina, de enfermagem e de outras áreas da saúde formando profissionais com bases sólidas no campo biológico e esquecendo-se das ciências humanas, o que é até incoerente já que estão lidando com pessoas, com culturas, com classes sociais etc, ou seja, com uma diversidade de coisas.
Outro fator que impede o efetivo encontro entre o profissional de saúde e o paciente é a estrutura e a organização dos sistemas de saúde. Nas grandes cidades há muitos centros de saúde onde as pessoas podem ir, e também é um grande número de profissionais, porém a demanda é muito alta e isso dificulta muito a relação e o encontro entre as duas partes, uma vez que as consultas muitas vezes são realizadas às pressas e o sistema de saúde não disponibiliza um acolhimento adequado (o acolhimento é a porta