Relação entre os fundamentos da educação e a prática pedagógica
No contexto social, histórico, político, econômico e cultural, em que vivemos, hoje, ganha cada vez mais força um movimento na busca de mudanças nas relações de poder. Este movimento luta por espaços mais abertos e democráticos, nas políticas por habitação, transporte, saúde e educação. Na educação, dentre outras metas, busca-se, além da melhoria da qualidade do ensino, a redução dos índices de evasão e repetência, maior valorização dos profissionais do magistério, estruturas e condições adequadas ao desenvolvimento do trabalho docente, ampliação da compreensão das diferentes relações de poder que permeiam a organização da ação educativa e a transmissão e reelaboração significativa dos conhecimentos.
Uma compreensão ampla e rigorosa das alternativas de poder que interagem na gestão e organização da escola envolve também a sociedade, uma vez que a concepção e a prática das relações de poder vividas na escola estendem seus benefícios ou conseqüências para além dos muros escolares, perpassam o dia-a-dia da sociedade, como um todo, envolvendo associações, sindicatos, professores, pais e alunos.
Para que a escola contribua na construção da cidadania, por meio da transmissão significativa dos conhecimentos historicamente construídos, faz-se necessário repensar as relações de poder e a organização do trabalho pedagógico procurando compreender a natureza e especificidade do trabalho educativo. É preciso ter clareza de que o trabalho pedagógico escolar não é um processo natural, espontâneo e muito menos ocasional, mas intencional, organizado, dosado, seqüenciado e deve ser construído de forma a oportunizar a participação de todos nos processos de tomada de decisão e no estabelecimento de diretrizes, sem perder de vista o objetivo maior da instituição educativa - a transmissão e reelaboração dos conhecimentos sistematizados pelas gerações anteriores.
A superação dos processos administrativos, centralizados e fundamentados apenas em decisões de natureza