RELATÓRIO TECNICO
O mito de Er é uma história que Platão conta no livro A República.
Trata-se de um relato, transmitido oralmente, de alguém que retornou do Hades.
Er foi morto no campo de batalha, mas, quando estava para ser enterrado, voltou à vida e contou aos seus companheiros que a sua alma, saída do corpo, conseguiu ver no campo do além.
Depois da morte, os juízes dirigem as almas dos justos para uma estrada que leva ao céu e as almas dos criminosos para uma estrada que desce.
Er conta-nos como se opera a escolha dos gêneros de vida.
Um hierofanta vai distribuir a cada alma um número em função do qual esta poderá escolher entre um número de vidas.
Depois de todas as almas escolherem a sua nova vida, a virgem Láquesis, filha da Necessidade, leva-as às Parcas; o gênio que cada uma escolheu coloca nas mãos da alma que irá guiar o fuso de Cio to, e leva-a em seguida para a trama de Átropo para tornar a decisão irrevogável.
O mito de Er é uma história que Platão conta no livro A República, livro X, de 614b a 621b. Trata-se de um relato, transmitido oralmente, de alguém que retornou do Hades.
No mito de Er, o essencial é que fossem quais fossem as injustiças cometidas e as pessoas prejudicadas, as almas injustas pagavam a pena de quanto houvessem feito em vida, a fim de purificarem a alma. Uma tal escatologia desvela um logos cósmico, fundamentalmente moral, na ordem de uma teleologia vinculativa para o humano.
Platão revela nos seus mitos influência pitagórica e oriental. Os seus motivos, desde a reencarnação ao julgamento divino, desde a purificação da alma (se bem que Platão desconsidere os ritos em nome da purificação interior) à crença na sua imortalidade, desde a sua concepção kármica da existência terrestre à importância dada à meditação e contemplação – os seus motivos são naturalmente de matriz oriental, provavelmente mediante o contacto com os pitagóricos, o que não obvia a inegável criatividade e o poderio manifestados