relatório parcial

O fenômeno observado, de uma forma geral, nos levou a uma reflexão profunda de nossas dificuldades sociais que estão enraizadas desde os primórdios de nossas vidas. Observar pessoas em situação de rua e suas rotinas disparou um alerta, para o quanto a discrepância das diferenças, nos fazem excluir o outro, tornando este invisível e marginalizado. A exemplo disso, temos nossas primeiras discussões grupais antes mesmo de iniciar as observações, como motivo pelo qual as pessoas estão vivendo ali. A verdade é que logo de inicio o que nos vem à mente são as drogas, pensamos neles como marginais no sentido mais amplo da palavra, como pessoas que nem a própria família quis, pessoas incapazes de ter qualquer vinculo sócio afetivo. Quando começamos a observar, nos veio à tona nossos preconceitos e o quanto ”essas pessoas” sofrem com o estigma cultural. Nos deparamos com gente como a gente, com sentimentos e relações de cuidado e afeto com os seus, pessoas que partilham, humildes, claro que existe o outro lado, assim como também para “nós” que temos nossos teto, cama quentinha, aconchego de nossas famílias. Gostaríamos, de uma forma geral, de mostrar que existem seres humanos, em situação de carência daquilo que é mais necessário nos dias atuais, pessoas que por vezes passamos do lado sem se quer olhar, como se fosse uma doença que temos medo de contrair, assim contribuímos para a falta de oportunidade que recebem para voltar ao convívio em sociedade. Notamos que a faltam de questionamento e de relações com o outro, a empatia com o semelhante, fragilizam os laços, as relações interpessoais, levando nossa sociedade ao abismo. Recordando nossas aulas teóricas e de Zygmunt Bauman, aqui se encaixa bem a noção de ambivalência que nos faz ver o quanto somos incapazes de nos posicionar diante de uma situação, que nos faz impotentes. Da mesma forma a noção de amor liquido, nos faz refletir o quanto nossas relações já estão frágeis, com aqueles que nos são tão próximos, de forma