RELATÓRIO Filme JUÍZO (Maria Augusta Ramos, 2004).
Filme JUÍZO (Maria Augusta Ramos, 2004). Nas audiências presentes no documentário, representada pela juíza que se destaca com seu roupão preto, de uso obrigatório pelos magistrados em todas as instâncias. Vestimenta essa que se originou em Roma, conhecida também como toga, servia para impor respeito, porém, apenas os que tinham direito de cidadão romano é que podiam usar tal vestimenta, por esta razão, escravos e subordinados a penalidades não podiam usá-la, uma vez que não eram considerados cidadãos. O réu, geralmente pobre, negro, sem estudo e morador da favela, representando os excluídos, o filho da miséria, o lixo dos lixos. E a defensora pública, que tenta superar as dificuldades do sistema para ajudar esses jovens. Apesar desta conotação, Justiça está longe de estereotipar personagens; em vez disso, opta por enfatizar o lado humano de cada um, sem identificar qualquer um deles como representantes do bem ou do mal na sociedade. Para se dirigir aos que estão presentes nessas audiências a juíza usa varias formas de linguagens entre elas as gírias, cabível para uma melhor compreensão dos menores infratores, como por exemplo: “quem tá preso é só pé-de-chinelo”, porém para falar com os magistrados é usada a linguagem formal. Há também o uso de jargões do tipo LA (liberdade assistida). Durante o processo de julgamento, para que a aplicação dos dispositivos legais usados por alguns juízes se tornem eficientes é necessário que o princípio da cooperação se faça presente . No contexto social ao qual pertencem, os menores infratores são marcados pela pobreza da favela e pelo convívio com traficantes – realidade que contribui de forma determinante para que esses jovens sejam punidos. Surge a questão, como ressocializar o que nunca foi socializado? Será que, o problema da criminalidade brasileira é de fato responsabilidade só do estado ou da