Relatório do documentário Carne e Osso

O documentário foi o “Carne e Osso”, onde relata o trabalho em frigoríficos no interior da região Centro-Oeste. O vídeo mostra principalmente, como o trabalho nessas empresas é algo totalmente instrumental e as atividades meramente repetitivas, agredindo a saúde física e psicológica dos funcionários. A precariedade das condições de trabalho com carga exaustiva gera empregados com propensão a doenças ocupacionais por conta das condições desumanas de trabalho, violando assim o art. 200 da CF, caput e inciso VIII, que concretiza o direito a um meio ambiente de trabalho equilibrado, saudável e seguro e, também, o direito à saúde (CF, arts 6 e 196).
O trabalhador tem que acompanhar o ritmo das máquinas, que é imposto pela empresa e, relata que para a realização do trabalho repetitivo, é necessário o máximo de concentração sem poder se distrair, de forma a estar sujeito a ocasionar alguma falha no processo produtivo. Nessa função, há funcionários que realizam até 120 movimentos diferentes por minuto, sendo que estudos ergonômicos apontam que o limite de ações por minuto deve situar-se na faixa de 25 a 33 movimentos, de forma a evitar a doenças ocupacionais. De acordo com relatos, muitas vezes o funcionário não consegue atender às suas necessidades básicas, como ir ao banheiro, beber água, para não deixar de atingir à meta estabelecida pela empresa, o que ocasiona uma carga horária de trabalho estendida e aceleração no ritmo de trabalho, violando assim o art. 253 da CLT, que prevê paradas obrigatórias de 20 minutos para cada 01h40m trabalhada e ainda complementada pela súmula 438 do TST, que estendeu esse direito a todos os trabalhadores de frigoríficos expostos a temperaturas abaixo de 15°C, 12°C e 10°C. A obrigatoriedade excessiva de bater meta independente da jornada máxima de trabalho, é mascarado pelo fato de não registrar o horário de saída da empresa, violando o art. 7° da CF, inciso XIII, que estatui os limites de duração normal de jornada de trabalho de 8 horas