Relatório Cera de Carnaúba
A carnaúba, Corpernia cerifera (Prunifera), é uma árvore graciosa presente no Brasil, Ásia, África Equatorial e alguns países da América do Sul. Predomina em paisagens ao longo dos rios, vales e lagoas, e apenas no Nordeste brasileiro, onde são abundantes os bosques de carnaubeiras, tem a capacidade de produzir cera. Na carnaubeira tudo se aproveita, devido às variedades que essa palmeira possui. Já no século XVIII, o naturalista Humboldt chamou-a de “árvore da vida”, ao registrar sua admiração com as diversas e importantes finalidades da planta. Na verdade, o extrativismo da carnaúba, ao longo da história, tem dado grande contribuição para a geração de riquezas e ocupação de parcela da população rural do Nordeste, principalmente dos vales dos rios Jaguaribe e Acaraú (no estado do Ceará), Parnaíba (no Piauí) e Apodi (no Rio Grande do Norte).
A extração de cera de carnaúba tem se constituído em uma atividade econômica muito importante para os estados nordestinos, isso sem causar qualquer dano ambiental, uma vez que as folhas retiradas para a extração do pó são renovadas, naturalmente, para a safra seguinte. O mercado para a cera, principal produto da carnaubeira, é vasto e sempre teve grande importância como produto de exportação, chegando, no passado, a caracterizar um ciclo econômico para o Nordeste. Entre os anos de 1920 a 1972, houve um crescimento da produção, chegando ao máximo de 22 mil toneladas/ano. Registra-se que durante a II Guerra Mundial houve grande demanda por cera de carnaúba pela indústria bélica norte-americana.
Apesar da queda na produção de cera a partir da década de 70, estima-se que atualmente a atividade ocupe direta e indiretamente, em torno de 200 mil pessoas no período de safra, nesses três estados, envolvendo proprietários rurais, rendeiros, trabalhadores rurais, industriais da cera, corretores, exportadores e artesãos que trabalham com a palha.
O pó cerífero retirado das folhas está presente em uma película protetora