Relatorio final
Equipe: Grupo Acolhendo Alunos em Situação de Exclusão Social da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo e PósGraduação em Educação de Jovens e Adultos da Faculdade de Educação da Universidade Eduardo Mondlane. (Via Atlântica: Perspectivas Fraternas na Educação de Jovens e Adultos entre Brasil e Moçambique). PROCESSO 491342/2005-5 – Ed. 472005 Cham. 1/Chamada. APOIO FINANCEIRO: CNPq e UNESCO
Alfabetização: desafios da prática alfabetizadora Literacy: the challenges of its practice
Jacqueline de Fátima dos Santos MORAIS Mairce da Silva ARAÚJO
RESUMO Apesar de importantes pesquisas serem divulgadas nas últimas décadas sobre os múltiplos aspectos que contribuem para a produção do fracasso escolar na alfabetização, vimos reacender, recentemente, a defesa de que este problema relaciona-se fundamentalmente aos métodos utilizados pelas professoras. Dialogando com Freire e Morin, entre outros autores, continuamos a defender, no presente artigo, que precisamos ver com olhos menos reducionistas a alfabetização. Em nossas reflexões sobre a vivência cotidiana no mundo da escola, temos percebido que as aproximações entre o legado de Paulo Freire e a epistemologia da complexidade podem apontar novas pistas para a construção de práticas alfabetizadoras emancipatórias. Práticas que potencializem professores e professoras, alunos e alunas, a escreverem e dizerem suas próprias palavras, especialmente, em contextos históricos de exclusão e negação das diferenças culturais, como na sociedade brasileira. Trazendo situações do campo da pesquisa, o trabalho enfoca a multiplicidade de experiências com a linguagem escrita, que acontecem no cotidiano da escola, desvelando os ambientes alfabetizadores múltiplos e híbridos que compõem o cotidiano escolar. O desafio que hoje temos na escola é o de ver a leitura como algo mais que apenas soletrar a escrita, e vermos na escrita