Relato de caso erisipela
RESUMO
A erisipela é uma patologia frequente na prática clínica e, com aumento de incidência nas últimas décadas. Com base na deficiência de estudos epidemiológicos a respeito de erisipela no Brasil, o presente estudo teve por objetivos avaliar os fatores de risco locais e gerais, o quadro clínico, as principais complicações, os esquemas terapêuticos utilizados e a evolução imediata. Este trabalho foi realizado através de um relato de caso de paciente internado na enfermaria de Clínica Médica de um hospital de ensino. O principal agente etiológico da erisipela é o Streptococcus β hemolítico do grupo A de Lancefield e são considerados fatores de risco quaisquer alterações que facilitem a infecção cutânea, como, por exemplo, o intertrigo interpododátilo. O quadro clínico clássico é caracterizado por eritema, edema, calor e dor, acompanhado por febre, calafrios, mal estar e muitas vezes náuseas ou vômitos. O tratamento de escolha é feito com a penicilina G cristalina, podendo-se ainda lançar mão das cefalosporinas ou eritromicina e clindamicina no caso de pacientes alérgicos à penicilina. Trata-se, na atualidade, de uma infecção bacteriana com prognóstico imediato extremamente favorável, a principal preocupação na abordagem de uma erisipela reside no efetivo controle e tratamento dos fatores que condicionam a sua elevada taxa de recidivas. Destacamos, então, a importância da profilaxia com atenção especial para os fatores de risco locais e da correta realização da antibioticoterapia, com apropriado acompanhamento médico. A paciente do presente relato apresentou características semelhantes às descritas pelos outros autores.
Palavras-chave: Erisipela, Streptococcus, Fatores de risco.
INTRODUÇÃO
A erisipela é uma patologia freqüente na prática clínica, com uma incidência estimada, na França, de 10 a 100 casos por 100.000 habitantes/ano. Algumas publicações