Rela O Custo Despesa E Investimento X Marketing
Os gastos com pesquisa e desenvolvimento, marketing, publicidade e treinamento não podem ser tratados como uma fábrica, muito embora possam representar exatamente a mesma coisa no dia-a-dia de uma empresa da Nova Economia. A StarMedia, por exemplo, gastou no ano de 2000, 33,2 milhões de dólares em pesquisa de novas tecnologias e produtos e 53,4 milhões em marketing e vendas. A empresa foi obrigada, pelas regras contábeis dos Estados Unidos (país onde está sediada), a contabilizar tudo como despesa. Isso contribuiu para seu prejuízo de 90,7 milhões de dólares em 1999. Boa parte do mito que circunda os prejuízos das empresas da Internet pode ser atribuída e essa distorção. Aquilo que as empresas gastam com pesquisa, desenvolvimento e marketing pode gerar benefícios por anos, talvez décadas. Pense em todas aquelas empresas com ações cotadas na Nasdaq, a bolsa eletrônica americana, com valor de mercado nas estrelas e prejuízo idem. Elas não precisam de fábricas, mas têm de construir outras coisas: marcas, bases de clientes, conhecimento tecnológico. Na economia da Internet, são esses os bens que determinarão o sucesso ou o fracasso. E as regras contábeis americanas dizem que eles devem ser lançados no balanço como despesas. Quanta diferença isso faz? Muita. Considere o exemplo da Amazon.com, uma unanimidade quando o assunto são anomalias acionárias. A empresa de Jeff Bezos publicou no balanço de 1999 um prejuízo de 720 milhões de dólares. Se os investimentos em pesquisa e desenvolvimento, marketing e publicidade fossem considerados como ativos e depreciados ao longo de cinco anos, a Amazon.com teria um lucro de 400 milhões de dólares. Sem poder confiar em uma única linha de um balanço de uma empresa da Nova Economia elaborado com base em critérios tradicionais, o mercado acaba valorizando demais os intangíveis e gera a discrepância existente entre a avaliação das empresas e o que elas representam de fato em termos