regulação da temperatura
Poucos fatores ambientais têm tanta influência sobre a fisiologia animal como a temperatura. A temperatura corporal (Tc) afeta de tal forma os parâmetros fisiológicos e bioquímicos que sua manutenção torna-se especialmente importante (Randall e col., 2000. Branco e col.,
2005).
A maioria das espécies endotérmicas – mamíferos e aves – praticamente não altera sua
Tc diante de uma ampla faixa de flutuação da temperatura ambiente (Ta), por meio de mecanismos termorreguladores autonômicos e comportamentais. Por outro lado, grande parte dos ectotermos – peixes, anfíbios, répteis e alguns invertebrados – depende de fontes externas de energia térmica (como a radiação solar) para a regulação da Tc, isto é, seu principal mecanismo termorregulador é o comportamental.
Tais animais não são capazes de manter sua Tc sem alteração diante das flutuações da Ta
(Bícego e col., 2007), pois, ao contrário dos endotermos, apresentam taxa metabólica e isolamento térmico reduzidos.Os mecanismos termorreguladores autonômicos permitem que o organismo evite variações em sua Tc mesmo que a Ta sofra grandes alterações. Entre esses mecanismos estão os de ganho (conservação e produção) e os de perda de energia na forma de calor (Branco e col., 2005). A conservação de energia térmica nos mamíferos ocorre principalmente por vasoconstrição periférica e piloereção. Já a produção de energia térmica, além do resíduo obrigatório do metabolismo basal, pode ser resultado do tremor da musculatura esquelética, pela não produção de trabalho muscular, ou de mecanismos independentes de tal tremor. Estes últimos podem ocorrer: no tecido adiposo marrom de mamíferos placentários – importante para os de pequeno tamanho, recém-nascidos ou aclimatados ao frio – e no músculo esquelético de aves (Bicudo e col., 2002; Bícego e col., 2007).
Finalmente, os mecanismos de perda de energia térmica são basicamente: