regime militar
A partir de 1962, o crescimento do setor industrial diminuiu de ritmo, em função dos graves problemas econômicos representados pela inflação e déficit externo. Juscelino foi sucedido por Jânio Quadros, que, após sete meses de mandato, renunciou atribuindo a atitude à influência de “forças ocultas” que o impediram de governar. Seu vice, João Goulart, assumiu a presidência. Identificado como sendo de postura esquerdista, Goulart governou de 1961 a 1964, em meio a crises e mobilizações de trabalhadores rurais e urbanos sem precedentes, que acabaram por deflagrar o golpe militar de 31 de março de 1964, sob o pretexto de restaurar a ordem econômica e financeira do país e afastar qualquer ameaça de comunismo.
O governo militar impôs censura aos meios de comunicação e restringiu qualquer tipo de manifestação da classe operária, afastando os trabalhadores da vida política nacional até 1975.
O período da ditadura militar foi caracterizado por forte arrocho salarial, que acarretou severa diminuição nos ganhos da classe trabalhadora. As negociações diretas entre patrões e empregados foram extintas. Os ajustes salariais passaram a serem arbitrados, para todas as categorias, pelos burocratas do novo regime. Os índices da inflação eram manipulados e mantidos sempre abaixo do real, provocando sensível perda do poder de compra e empobrecimento da classe operária, contrastante com o enriquecimento da classe patronal. Calcula-se que o poder de compra de alimentação básica do salário mínimo caiu 3,5 vezes entre 1959 a 1983. Em outras palavras, o operário que recebesse salário mínimo, precisaria trabalhar 3,5 vezes mais, se isto fosse possível, para comprar as mesmas coisas (carta, 1985).
Com base em uma política de arrocho salarial e grandes empréstimos do exterior, iniciou-se o período rotulado como “o milagre brasileiro”. O governo militar reconquistou a confiança dos investidores internacionais em um contexto mundial no