reforma psiquiatrica
1. A HISTORIA DA LOUCURA
A loucura era vista na Grécia antiga como manifestação dos deuses, onde o louco era reconhecido e valorizado socialmente. Neste período as palavras ditas pelo louco eram como um importante saber capaz de interferir no destino das pessoas ( SILVEIRA, 2005). A loucura seria um recurso da divindade para que seus projetos ou caprichos não fossem contrastados pela vontade do homem (PESSOTTI, 2003).
Neste período a loucura ganhou espaço para se expressar, não sendo necessário controla-la ou excluí-la, pois ela era transformada pela cultura em um instrumento necessário para que se compreendessem as mensagens divinas, não acarretava estigma e não havia necessidade de cura, pois não era considerada doença.
Um dos primeiros filósofos a desacreditar que toda e qualquer loucura era um capricho dos deuses foi Eurípedes. É principalmente nas obras dele que a loucura se psicologiza, chegando a uma visão mais racionalista, onde é citado o limite da natureza humana ante a força dos sentimentos e paixões ( PESSOTTI, 1994).
Para Hipócrates em relação à concepção do distanciamento mitológica se torna maior. Este passara a explica a loucura como desequilíbrio da natureza orgânica, corporal do homem. Com essa ideia Hipocrates inaugura a teoria organicista da loucura que florescerá prodigamente na medicina dos séculos XVIII e XIX, significando o fim do predomínio absoluto da explicação mitológica e teológica das doenças.
Na Idade Média, o mal da sociedade era representado pelo leproso. Segundo Koda (2002) aos olhos do homem europeu, a lepra manifesta a cólera e bondade de Deus, estando longe da comunidade se encontrariam próxima a cura divina.
Já para Silva (1977), destacou-se como o período de maiores crendices supersticiosas, em que as “façanhas” de satanás predominaram na mentalidade das pessoas.
Apesar de perceber que desde a Idade Média já existiram mecanismo de exclusão do louco, ainda não é nesse