Reforma Política na Administração Pública do Brasil
Há no tema, ainda, um grande equívoco quanto à sua definição. Em geral, considera-se reforma política apenas a modernização do âmbito eleitoral brasileiro. Esquece-se, entretanto, que, mais do que a forma pela qual serão definidos os agentes dos poderes executivo e legislativo brasileiros, em todas as suas esferas de poder, a maneira como tais agentes operarão compõe a maior de todas as necessidades de reforma. Deste modo, acredita-se ser a questão principal da renovação política brasileira, não o sistema eleitoral, mas a gestão pública propriamente dita.
Na visão de ABRUCIO (2007), a qual abordaremos a partir deste momento, quatro eixos estratégicos constituem as questões centrais da modernização do Estado no Brasil, são eles: profissionalização, eficiência, efetividade e transparência/accountability.
Os burocratas são parte indispensável da administração pública. Compõem o corpo que age de acordo com as políticas públicas determinadas, e, consequentemente, são grandes responsáveis pelo bom funcionamento destas. A gestão burocrática no Brasil tem início somente no governo varguista, com a criação do DASP (Departamento Administrativo do Serviço Público), que, apesar da ênfase meritocrática e padronizadora, favorecia o clientelismo da Era Vargas. Ao longo dos anos, a burocracia brasileira foi sendo desenvolvida, mas foi somente após os anos 1990 que a profissionalização passou a ser mais ativa, impulsionada pela Reforma Gerencial de Luiz Carlos Bresser.
Desta forma, ainda na atualidade a gestão no Brasil carrega uma