Reflexão para gestão
Visão da Profissão de Enfermagem no Sec. XXI
Enfermagem é das profissões mais antigas do mundo… desde sempre temos a noção de que continuamente existiam mulheres que se dedicavam fielmente a tomar conta de doentes e feridos sem exigir nada em troca. A primeira escola para enfermeiras foi criada por Florence Nightingale em 1860, e até à actualidade, a Enfermagem já passou por diversas etapas caracterizadas por diversos valores.
A concepção dos cuidados era baseada no médico que delegava tarefas de rotina á enfermeira - auxiliar do médico. Naquela época a enfermeira tinha como principal valor a obediência: servir os doentes, os médicos e a instituição. A par deste valor deveriam estar presentes a dedicação, zelo, espírito de sacrifício e caridade pelo doente (velar pelo doente, confortá-lo, consolá-lo), bem como a dedicação e respeito pelo médico (detentor de todo o saber, que decide, controla e ordena). Não podia desenvolver qualquer espírito crítico, nenhuma curiosidade, nenhuma interrogação (Collière,1989).
Esta perspectiva, procurava incutir qualidades que garantissem uma obrigação moral ou dever de serviço fundamentados numa vocação, próxima da vocação religiosa, que durou entre nós até final dos anos 60, como nos diz Ribeiro (1995).
Com o avanço tecnológico da medicina emerge uma nova ideologia de profissionalismo, baseada na competência técnica, o que aconteceu entre nós na década de 70 e 80.
A tecnicidade e o acesso a conhecimentos teóricos mais específicos passam a ser um objectivo da nossa formação (Collière, 1989; Kérouac et al., 1996).
Deste modo dá-se a mudança de um modelo de obediência para um modelo de confiança/responsabilidade, que decorre do percurso académico que a enfermagem soube trilhar e que hoje nos permite tomar decisões com base em juízos não elaborados, assumindo as consequências pelos resultados obtidos.
Mas, é sabido que a sociedade ainda pouco reconhece esse