Redação
09/08/2004
Fonte: Coiab-Manaus-AM
de 700 línguas indígenas que eram faladas na região
Quando os amazonenses começaram a falar e a ler em português? Quais os métodos usados no período colonial para impor a língua portuguesa? O que aconteceu com as línguas indígenas? Como os índios, portugueses e indivíduos de origem africana passaram a falar a Língua Geral, também conhecida como Nheengatu?
Essas e outras perguntas são respondidas pelo Dr. Ribamar Bessa, no seu livro "Rio Babel, a história das línguas na Amazônia", lançado em Manaus-AM, na sexta-feira, 06/08, por ocasião das comemorações dos 50 anos do Instituto Nacional de Pesquisas Amazônicas (INPA).
José Ribamar Bessa, que iniciou o doutorado na Escola de Altos Estudios em Ciências Sociais, de Paris, França, e concluiu o mesmo na UERJ, trabalhou documentação existente em arquivos europeus e brasileiros para investigar como, em que medida e quando a língua portuguesa tornou-se majoritária na Amazônia, procurando explicar o que aconteceu com mais de 700 línguas indígenas que eram faladas na região. Ele discute o papel do Estado e da Igreja, as circunstâncias históricas, as fases e o tempo de duração desse processo. Analisa o processo de tensões entre a língua portuguesa e as línguas indígenas, as políticas de línguas e as formas como as diferentes instâncias de poder interferiram em seu destino, com conseqüências sobre as marcas identitárias e étnicas regionais. Busca ainda compreender os mecanismos do deslocamento lingüístico ocorrido com a população em várias gerações, que permitiu que uma parte dela trocasse de língua e de identidade.
O livro, que constitui a tese de doutorado do autor em Literatura Comparada, foi editado pela Atlântica Editora, do Rio de Janeiro, em co-edição com a Editora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Eduerj/UERJ), universidade onde o autor