Redação
23 de janeiro de 2014
O Brasil, os governantes e os investidores internacionais só têm a ganhar com a presença da presidente Dilma Rousseff no Fórum Econômico Mundial de Davos. O maior beneficiado, no entanto, certamente será o país, que há mais de uma década atrai as atenções do Exterior, sem que consiga levar adiante plenamente seu ciclo de desenvolvimento. É nesse contexto, com muitas dúvidas sobre a sua capacidade de se transformar a médio prazo em potência econômica, que o Brasil se apresenta às lideranças reunidas em Davos. O desafio a ser enfrentado pela senhora Dilma Rousseff, na palestra de amanhã na cidade Suíça, é, na essência, o de transmitir confiança a quem nos olha com a certeza de que esta ainda é uma nação que desperdiça chances e potencialidades.
É verdade que a presidente brasileira poderá exaltar avanços reconhecidos na área social, como os programas de transferência de renda, e apresentar estatísticas positivas, como o baixo nível de desemprego. Mas terá de lidar também com questionamentos que inquietam interna e externamente. O Brasil vem surpreendendo negativamente os que apostavam na sua capacidade de crescer. Sua performance, nos últimos anos, tem ficado aquém das economias da região e de nações consideradas emergentes. A desculpa de que desempenhos acanhados poderiam ser atribuídos à crise mundial iniciada em 2008 não se sustenta, porque muitos países já reagiram aos abalos. Há ainda questões pendentes relacionadas à gestão do setor público, como o descontrole fiscal, e da economia, como a ameaça sempre presente da inflação.
A presidente que vai a Davos carrega outras interrogações, que não serão abordadas no Fórum, como a falta de vontade política do governo para liderar iniciativas pelas reformas estruturais, que abrangem desde a política, passando pelo sistema tributário e pela previdência. A sensação generalizada, explicitada em manifestações públicas de líderes presentes ao encontro, é a de que o