Eu nunca vi um caso tão esquisito quanto esse que vou contar: Marcelo, estudante, tinha 14 anos de idade. Morava distante do centro de sua pequena cidade, bem perto de uma galeria de árvores frondosas e belos bosques. Como a minoria dos adolescentes de sua faixa-etária, adorava estudar, vivia em baixo das árvores, sempre agarrado a um livro. Sendo-lhe de costume, fazer um trajeto longo com sua bicicleta de casa para e escola e vice-versa, chegava a casa pelo fim da tarde, já com o dia escuro. O menino não tinha muitos medos, além de sua grande timidez e histórias sobre OVNIS e seres de outro mundo. Procurava chegar bem cedo em casa para que não tivesse a noite como companhia de viajem. Seu tio lhe contara várias histórias sobre tais coisas desde que era pequeno, onde que nunca mais esqueceu. Quando perdia o sono, Marcelo, muito curioso, gostava de observar as estrelas atrás de respostas e explicações para tudo que havia pesquisado e ouvido dizer sobre ETs e objetos estranhamente brilhantes no céu. Muitas das vezes não via nada. Numa sexta-feira, logo depois de jantar foi para o quarto ler, passando as horas ele foi se cansando até que dormiu sobre o livro, sentiu um arrepio e acordou com o vento que vinha da janela escancarada com as cortinas a dançar pela brisa fria da madrugada, assustado com um repentino estrondo que ouvira nos fundos do terreno o menino levantou-se e foi até a cozinha, onde havia uma grande janela de vidro que via o terreno findar-se. Observou atentamente cada movimento que podia para tentar identificar o que poderia ter acontecido em meio à escuridão. Resolveu enfrentar seus medos e finalmente acabar com aquelas intimidadoras histórias que ouvira desde criança. Preparou-se então. Buscou uma lanterna no fundo do armário, pôs um agasalho escuro e cumprido, meias e galochas de borracha e saiu. Em meio aos longos e grossos troncos das árvores centenárias o menino esguio sumia, apavorado, de olhos esbugalhados e atentos, tremia