redação
AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM
Cíntia Maria Basso
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS O ensino da Língua Portuguesa remete-nos a uma reflexão sobre a linguagem. Esta é resultante da interação entre o homem e a realidade social em que o mesmo está inserido. É uma mediação necessária, constituindo-se em ações que se transformam e se modificam. Como afirma Orlandi, (...) a linguagem, então, entendida como mediação necessária, não é instrumento, mas é ação que transforma (...) na perspectiva do discurso, a linguagem não aparece apenas como instrumento de comunicação ou transmissão de informação, ou suporte de pensamento, mas como lugar de conflito, de confronto ideológico, e em que a significação se apresenta em toda sua complexidade. (1996, p.82-83) Sendo a linguagem resultado da interação sócio-histórico-cultural, ela deve ser entendida como um todo e presa a regras fixas. No entanto, através do uso que os interlocutores fazem dela no processo de interação, ela poderá ser flexível e mutável. É, portanto, por meio do ensino da gramática acoplado a atividades de ensino comunicativo, que o aluno terá sucesso em seu desempenho lingüístico no processo de aquisição da linguagem. 2. ENSINO COMUNICATIVO E ENSINO DA GRAMÁTICA - PRÁTICAS QUE SE INTERLIGAM NO PROCESSO DE AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM No desenvolvimento lingüístico da criança existem três fases. Segundo Wells (1989), na primeira e na segunda fases ocorre a interrelação entre a linguagem, ação e contexto social, ou seja, a linguagem em seu contexto de atividade prática. A primeira fase é de regulação. Nessa fase, a linguagem funciona como um meio que regula a atividade e a interação e sua função é representar os objetos e as ações que formam sua experiência. Assim, ocorre a ampliação da capacidade de simbolizar e os sons têm significado e propósito nas atividades repetitivas. A segunda fase é de socialização, ou seja, da consolidação e da diversificação.