Redação Copa 2014
Ruas, roupas e rostos coloridos com as tonalidades da bandeira patriótica defendida são alguns dos adereços mais utilizados por torcedores na Copa do Mundo de Futebol. Seja na Alemanha, África ou, no Brasil, o mundial causa alvoroços e expectativas. Contudo, em um país de terceiro mundo, como na terra da torcida canarinho, um evento de tão grande porte pode não significar legados positivos condizentes ao entusiasmo do povo brasileiro, e essa afirmação já vem se provando desde a escolha do Brasil como país sede em 2014.
Acreditar na extrema benevolência que uma copa pode trazer a um país é ingenuidade. Enquanto comemora-se uma suposta vitória de uma nação sobre a outra, esquece-se dos problemas sociais existentes no planeta. Os governos, de forma astuta, valem-se desse desejo por vitória dos fanáticos e constroem discursos e propagandas emocionantes, com ênfase a um suposto, e famoso, orgulho nacionalista. Deplorável.
Como num passe mágico, também surgem recursos públicos que, antes eram alegados escassos, financiam obras destinadas, exclusivamente aos dois meses de jogos futebolísticos.
A Federação Internacional de Futebol e Associados (FIFA), não arcará com os impostos decorrentes da venda de ingressos e produtos recorrentes da organização futebolística. Esses tributos representam uma considerável perda para uma nação que carece de investimentos em infraestrutura, saúde, educação e tantos outros.
Por mais lamentável que pudesse ser para muitos, se o Brasil tivesse negado sediar os jogos, daria provas de sua maturidade quanto à gestão de suas finanças frente aos muitos investimentos que teria a fazer. Afinal, respeitar o bolso de seus contribuintes é, obrigatoriamente, o dever de toda nação que se preze.