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Em um país como o Brasil, é impossível dizer com clareza como funciona a violência urbana e quais são as suas causas e consequências. Qualquer análise que não leve em conta todos os aspectos socioeconômicos que culminam com o atual cenário vivido, será extremamente simplista - e tal problema, que atinge todas as camadas sociais da população não pode ser analisado de forma tão vazia.
 Para que se possa compreender exatamente quais são os causadores da violência na atualidade, é preciso analisar o passado: O Brasil é um país originário de uma colônia de exploração, com uma história permeada pela violência - desde o extermínio dos nativos das américas até a escravidão - e nunca teve medidas eficazes contra as mesmas.
 A abolição da escravatura, por exemplo, foi extremamente ineficaz e não teve uma sequer medida inclusiva atrelada a ela, o que fez com que os negros alforriados compusessem uma nova e miserável classe social, que migrou para as áreas periféricas dos grandes centros, e seus descendentes hoje ainda se encontram na mesma posição: subjulgados por uma elite tirana, que trata suas vidas como tratava os escravos no século XVI, ou seja, como uma mercadoria, moeda de troca, objeto.
 Analisando tal histórico de desigualdade, é possível chegar a conclusão de que a violência, pelo menos aquela que atinge a maior parte da população urbana, composta principalmente por assaltos violentos, nada mais é do que um reflexo dos erros cometidos no início da colonização do país - da concentração de capital e desigualdade social, que hoje se manifesta nos jovens periféricos que são obrigados a roubar e vêem o crime e a violência como única saída da miséria.
Final Fuvest: Não seria justo, desta maneira, tratar então a violência urbana como um problema da atualidade, e sim como um problema antigo que vem tendo maior visibilidade com o aumento de medidas socio-inclusivas, que dão voz aos principais causadores da violência, e ao mesmo tempo as maiores vítimas da