RED
Malu é apenas um de vários exemplos de como a internet, contrariando o senso comum, pode ser aliada – e não a vilã – da boa escrita. Facebook, Twitter, WhatsApp e SMS, com seus textos curtos e superficiais, as abreviações inconsequentes, a ausência doída de um acento ou de uma vírgula, não afastaram a juventude da palavra escrita, como alguns gurus da internet e da educação acreditavam em meados de 2000. Na verdade, graças a eles, os jovens nunca foram tão dependentes da escrita para se comunicar – e nunca foi tão importante escrever bem. As redes sociais glamorizaram a palavra escrita entre os jovens, transformando quem se expressa bem em alvo da admiração alheia. Um texto irônico ou contundente no Facebook, assim como um tuíte espirituoso, pode atrair a atenção e conquistar seguidores. É um meio de ganhar prestígio e melhorar o status no grupo.
A capixaba Luciana (foto abaixo) é uma morena bonita, de sorriso largo e corpo escultural. Fala de forma calma e pausada, com um leve sotaque de sua terra natal. Aos 42 anos, ela já foi casada duas vezes e morou em quatro países além do Brasil: Estados Unidos, Espanha, México e China. Acompanhava o marido, um executivo alemão, em seus postos de trabalho. Hoje está separada e vive no Espírito Santo. Ela é mãe de um rapaz de 19 anos, aluno de engenharia, e de um garoto “muito esperto” de 7 anos. O mais velho mora sozinho. O menor está com o pai. Quando conversamos, ela não via os filhos fazia 33 dias. “Você está sem beber, né? Por isso demorou a ligar”, disse o caçula ao atender o telefone, na única vez em que falou com a mãe