Recorte de disertação
1 INTRODUÇÃO
O surgimento da enfermagem, associado à iniciativa das práticas de Florence Nightingale, trouxe, como componente essencial dessa profissão, o cuidado, o qual, ao longo de sua história, vem sendo apreendido por uma visão dúbia: ora é considerado como arte, ora, como ciência.
A preocupação com o saber científico da enfermagem nasceu conjuntamente com sua consolidação, pois Florence já defendia uma profissão embasada em questionamentos, o que requeria conhecimentos distintos da medicina (TANNURE; GONÇALVES, 2006).
Todavia, é inquestionável na literatura o fato de que, por muitos anos, a enfermagem renegou tal caráter científico, conformando-se, basicamente, “com uma cultura do fazer disciplinar sem, contudo, refletir acerca de novas possibilidades do ser e agir nos micro-espaços do cotidiano diário” (NASCIMENTO et al., 2008, p. 644).
Em decorrência disto, a arte do cuidar por muitos anos caracterizou-se, primordialmente, por práticas técnicas imediatas, não valorizando a cientificidade da profissão. Paulatinamente, tais ações foram sendo questionadas, a ponto de a década de 1950 representar o marco do processo de tentativa de se vir a reorganizar o conhecimento da enfermagem, visto ter sido nessa década que se deu o avanço significativo no desenvolvimento de modelos conceituais, tendo por escopo o estabelecimento de expoentes teóricos para os profissionais de enfermagem (NÓBREGA; SILVA, 2009).
No contexto brasileiro, podemos referenciar alguns marcos fundamentais que contribuíram na luta para a defesa e efetivação da enfermagem enquanto ciência do cuidar, o que, vale ressaltar, constitui um processo ainda presente nos dias atuais, em que se busca, cada vez mais,