RECONSTITUIÇÃO DA EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS AGRÁRIOS DO MUNICÍPIO DE HUMAITÁ - RS
DOS SISTEMAS AGRÁRIOS DE HUMAITÁ – RS
A reconstituição da evolução e diferenciação dos sistemas agrários do Município de Humaitá permitiu identificar três sistemas agrários distintos que são: o sistema agrário indígena, o sistema agrário colonial e o sistema agrário atual.
Procuramos abordar, principalmente, em cada sistema, questões relativas às formas de produção agropecuária, exploração dos recursos naturais e os fatores que levaram às mudanças de um sistema para outro.
3.2.3.1 Sistema Agrário Indígena (até 1930)
As florestas do planalto gaúcho não eram habitadas por populações indígenas. Estes começaram a povoá-la a partir do século XVI juntamente com agricultores conquistadores, oriundos do atual Paraguai, fugindo dos constantes conflitos que ocorriam naquela região. Os índios eram da tribo guarani (Dudermel et al, 1993).
Em 1682, teve início a maior experiência reducional, com a formação dos "Sete Povos das Missões" e a fundação, em 1707, do último deles - Santo Ângelo - na área de campo. Os índios eram atraídos por esses, segundo Dudermel et al (1993), graças ao aporte de novas culturas e criações como trigo, cana-de-açúcar, bovinos, cavalos e novas técnicas, principalmente a metalurgia. Naquele local, inicialmente produziram erva mate e couros de bovinos para a exportação. Na região onde hoje se situa o Município de Humaitá não houve nenhuma experiência reducional, mas é muito provável que tenha servido de refúgio para os índios quando as missões foram tomadas, em 1801, pelos governos da Espanha e de Portugal. Nessa região, os índios encontravam uma densa vegetação de florestas e muitos cursos de água.
De acordo com historiadores, citados por Pletsch (1978), os índios produziam milho, mandioca, inhame, feijão e criavam apenas animais para a finalidade ornamental, como papagaios, micos, macacos, entre outros. Portanto, é bem provável que os mesmos fizessem uso da prática de agricultura sobre