Realpolitik
Negt e Kluge chamam as experiências políticas tradicionais representativas a partir do século XIX até os dias atuais de Realpolitik, ou seja, a partir do século XIX a política tradicional foi reduzindo o significado do termo ação política e se transformando em um exercício da administração e gerência de interesses e à questão da técnica de governo.
Não importando o nível de atuação da instituição, seja um congresso, ou mesmo um sindicato, quem os comanda comportam-se como autoridades administrativas, com tarefas específicas feitas por quem é perito no ramo, e não por quem age na política por convicção.
Essa política tradicional não produz algo durável, o que não possibilita a criação de uma comunidade, pelo contrário apenas produz o desgaste da comunidade. Não é estranho concluir porque buscar a autonomia dos indivíduos torna-se uma tarefa inglória, ainda mais quando o coletivo é construído mediante a anulação do indivíduo.
Embora existam momentos aonde surgem faíscas de organização de membros que poderiam, com um processo de maturação de ideias, vir a ser uma comunidade forte que abriga todos os setores aos quais ela está envolvida, logo esse princípio de comunidade é enfrentada pela Realpolitik. A Realpolitik intervém nesses processos, interrompendo sua continuidade. Ela sempre fez valer o ponto de vista depreciativo, que encara esses processos como mera utopia, atuando assim para impedir que as melhores possibilidades de organização da comunidade concretizem-se e mantendo assim o estado de concreto armado que pretende manter. Ao invés do estado de tensão que encontramos na linguagem política, o que ocorre é uma substituição pelo sentimento de adequação entre conceito e realidade, criando uma realidade fantasmagórica.
Os sentimentos, protestos, interesses e energias humanas, após