Realismo
Na literatura, o Realismo é o movimento que, afastando-se da idealização característica do Romantismo, aborda temas, até então considerados tabu, como o incesto, a infidelidade, o questionamento religioso.
Três grandes movimentos literários surgiram na segunda metade do século XIX: Realismo, Naturalismo e Parnasianismo. Coutinho (1995) lembra-nos de que “antes de se concretizarem numa época histórica, eles eram técnicas ou temperamentos artísticos” (p. 178). Em literatura, o Realismo indica a preferência pelos fatos e a descrição da sociedade como ela de fato é – o que o afasta do idealismo romântico. A palavra foi usada pela primeira vez em 1857 por Champfleury; no mesmo ano, Gustave Flaubert lançou Madame Bovary, o que marcou a fixação do Realismo na França. Em 1885, o termo foi definitivamente associado às artes visuais com a publicação do catálogo da exposição de Coubert.
Como características gerais do Realismo, podemos apontar as seguintes:
Apresentação da realidade e objetividade. Ao contrário do que acontecia no movimento artístico e literário anterior, o escritor realista busca fugir do sentimentalismo e da artificialidade. Na tentativa de descrição objetiva da realidade, os escritores e pintores passaram a retratar a classe social que melhor representava as cidades: os operários.
Retrato fiel dos personagens. Os incidentes do enredo são decorrentes do caráter dos personagens. O Realismo coincide com o desenvolvimento da Psicologia.
Narrativas lentas. A narrativa realista é rica em detalhes; há um interesse maior pela caracterização do que pela ação. Assim, temos textos em media res (em que o início da obra não coincide com o início da história contada).
Retrato da vida contemporânea. O artista do Realismo preocupa-se em retratar homens e mulheres, emoções, sucessos e fracassos. A arte será um retrato das minas, cortiços, cidades, fábricas, política, relações conjugais. Essa característica aparecerá também