Realismo vs Heroismo
Acho que atualmente, uma das principais preocupações dos roteiristas é o realismo. Ou seja, o roteiro tem que estar todos estruturados dentro de nossa realidade, ou pelo menos da realidade de nossas leis científicas. Resumindo, para a maioria dos roteiristas, as personagens do roteiro devem agir como uma pessoa normal agiria, ou dentro de os limites de um ser humano comum, para assim tornar a história mais crível, mais fácil de acreditar. Mas nem sempre foi assim... Na antiguidade, a verdadeira “moda” entre contadores de história era enfeitar histórias reais para torná-las mais heróicas e maravilhosas. Menestréis, Contadores de História e principalmente os famosos Bardos exerciam sua profissão vocativamente, e não apenas contavam as histórias, mas melhoravam elas. E será que isso foi tão ruim assim? Foi dessa “Mitologia Barda” (como alguns chamam) que surgiram as mais belas histórias de heróis que conhecemos, e boa parte das histórias dos RPGs que nossa comunidade tanto valoriza. Esse período da
Literatura é conhecido por muitos como “Literatura Heróica”.
Já hoje, vivemos em um mundo cético. Não se pode mais acreditar em Heróis. Eles nunca existiram. Vai contra as leis da nossa realidade. Pelo menos os achados históricos e científicos dizem isso. Na Religião, na História, na Política, e até mesmo nos Jogos.
Mas mesmo que a realidade seja exatamente como os céticos provam, não acham isso um pouco chato? Já que estamos em jogos, podemos modificar um pouco. Está bem que ainda usamos muita ficção básica. Deuses, Raças Diferentes, Monstros. Mas estamos perdendo um ponto crucial para muitas histórias. O Heroísmo. O Heroísmo real. Quando o
Herói faz a coisa certa, mas, além disso, faz tudo que pode para vencer e encontra uma força sobre-humana, quebrando os limites de nosso realismo, surpreendendo todos.
Estamos perdendo a essência dos Heróis. Heróis não são apenas os personagens principais. São mais do que isso. Muito mais.