Realismo - Pedro P.
O termo “realista” foi inicialmente utilizado para caracterizar a obra de artistas franceses naturalistas dos finais de oitocentos, este termo permite definir movimentos artísticos com programas diferentes, embora com alguns denominadores ideológicos comuns. A renovação literária é impulsionada pela França. Sente-se a crise religiosa no positivismo de Auguste
Comte. Renan com o seu ateísmo,
Michelet e o seu anticlericalismo, o socialismo de Proudhon vão determinar essa renovação que se opera na segunda metade do século XIX. Também o determinismo e o naturalismo de Taine e, na literatura, Flaubert e Baudelaire,
Alphonse Daudet, Balzac e Zola, uns com o romance realista e o Parnasianismo, outros com o romance naturalista, exercem a sua influência nessa viragem que se opera. É a análise critica dos vícios da classe dominante para modificar o modo de vida, renovar as mentalidades e transformar a sociedade. Com estes parâmetros, proclama uma literatura arejada, sã, positiva, com uma natureza soalheira, viva, matizada, aberta à observação e não propensa ao devaneio. Substitui-se o subjectivismo pelo objectivismo. A arte é posta ao serviço da ciência e daí o naturalismo. Afirma-se o impessoalismo, a objectividade, a captação das impressões pelos sentimentos. É evidente a apetência pelo pormenor descritivo, com
Imagem 1 – Guardando o Rebanho (óleo de Silva Porto, pintado em 1893). Era como ele via o país, um rebanho de carneiros a andarem num caminho poeirento. 5 uma relevância especial no