Realidade Brasieira
A leitura do texto de Mauricio Waldman ajuda a clarear, a esclarecer um sintomático desconhecimento que tínhamos sobre uma extensão da cidadania: a preocupação e o envolvimento direto do indivíduo, dito cidadão, com o meio ambiente. A chamada cidadania ambiental relaciona e responsabiliza a sociedade como um todo ao ambiente em que vivemos, isto, de uma forma micro e macro. Observamos infelizmente um caminho já trilhado, sob muitos aspectos sem retorno; onde a ignorância, ora genuína, ora calculadamente simulada nos levou e, estando hoje com todos os ecossistemas do planeta afetados pejorativamente pelo crescimento populacional, industrial e tecnológico desenfreado dos seres humanos, parece enfim que tomamos consciência de tal temerosidade.
Ainda no texto de Maurício sugestiona-se que é possível que a grande massa populacional visualize “cinematograficamente” o meio ambiente com forte interferência da mídia, onde, quando pensamos em um animal, logo nos vem a cabeça um grande urso ou mesmo um elefante, animais estes que sequer tem seu habitat na América do Sul.
A cidadania ambiental do povo brasileiro foi-lhe extirpada antes mesmo de começar, tão logo a televisão ganhou força a ponto de ditar estilos de vida, de “injetar” nas nossas mentes o consumismo e a alienação frente ao que deveriam ser os nossos reais interesses como cidadãos inseridos em uma sociedade.
Desta mesma forma nos distanciamos do ato de exercer nossa tão almejada cidadania. No texto de Murilo de Carvalho vemos um olhar apurado sobre a distorção dos nossos interesses primários na busca da cidadania. Quando da caminhada desta nação para a construção da democracia, o país viu-se emoldurado por um bom pressagio de que a partir da democratização do Brasil, seríamos reconhecidos e tratados como cidadãos. Sob alguns aspectos, ressalta Carvalho, o pensamento foi assertivo, contudo, dentre outras, a desigualdade social cruamente retratada no filme de Jorge