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- Do fazer a escrita ao poder da escrita A escrita alfabética surgiu no campo vasto da cultura vinculada à prática e aos fazeres humano. O currículo destinado à educação das classes privilegiadas com direito ao ócio centrava-se na arte do verso. Assim, o mundo letrado não nascia das elites, mas do mundo iletrado.
- Do fazer ao fazer-se – a força da palavra disseminadora Palavra puxa palavra, ideia evoca ideia, criação realimenta criação. A poiesis (espaço de contínua recriação, sem separação: entre o fazer e o pensar, entre o inato e o adquirido) teve o seu sentido reconfigurado, à medida que se afirmava progressivamente a uma dicotomia entre o fazer e o pensar. A alfabetizadora vive um modo de ser e de ver o mundo diferente daquele de seus alfabetizandos. A escrita não poderia ser dada como presente, a exemplo do que os antigos pensavam sobre o aparecimento da linguagem. Por que não pensar que cada estaria não só se alfabetizando, mas também se alfabecriando ao se apropriar da escrita como sua linguagem?
- Da realimentação necessária: repetição e/ou iteração A simples oposição entre atividade repetitiva e a criativa parece simplificar a complexidade da questão. O verbo repetir venceu a concorrência com o iterar, ampliando tanto sua distribuição que o iterar ficou praticamente restrito à linguagem das ciências. A interação (uma alimentação que implica a contínua reabsorção do que aconteceu antes) aparece em quase tudo, desde a natureza e seu sistema até ao ciclo de reposição das células do corpo. Percebendo o quanto é vital repetir e iterar a escola incorpora a lição da vida, fazendo do repetir a lição escolar uma estratégia recorrente.
- Da criação como resposta aos desafios A vida feita de criação e a criação feita de vida foram mutuamente se alimentando nos desafios cotidianos. Se na vida sobram desafios evidenciando o quanto a observação, o desejo, a ação curiosa potencializam o criar,