RCi Ncia E Senso Comum
Resumo: Ciência e senso comum
A continuidade histórica entre as convicções do senso comum e as conclusões científicas, têm proposto por vezes que se diferencie ambas através da fórmula que nos diz que as ciências são simplesmente senso comum "organizado" ou "classificado".
Não há dúvida de que as ciências são corpos organizados de conhecimento, e de que em todas elas uma classificação dos seus materiais em tipos ou géneros importantes (como a classificação dos seres vivos em espécies na biologia) é uma tarefa indispensável. Mesmo assim é claro que a fórmula proposta não exprime adequadamente as diferenças características entre a ciência e o senso comum. A dificuldade óbvia é a de que a fórmula proposta não especifica que tipo de classificação é característica das ciências.
Uma particularidade evidente que adquirimos muita informação ao longo da experiência comum é a de que, ainda que essa informação possa ser o bastante, ela raramente é acompanhada por qualquer explicação que nos diga por que se deram os acontecimentos ditos. Quando o "senso comum" tenta dar explicações para os seus acontecimentos, as explicações carecem frequentemente de avaliações sobre a sua saliência dos factos.
É o anseio de esclarecimentos que sejam ao mesmo tempo ordenadas e controláveis através de dados factuais que gera a ciência, e é a organização e classificação do conhecimento segundo princípios explicativos que é o objetivo próprio das ciências. A ciência é apenas senso comum treinado e organizado. (Thomas Henry Huxley, 1895). As ciências buscam achar e estabelecer em termos gerais as condições sob as quais ocorrem acontecimentos de vários géneros, sendo as proposições sobre essas condições determinantes as explicações desses acontecimentos.
Esclarecer, formar alguma relação de dependência entre presunções que de modo superficial não estão relacionadas, apresentar sistematicamente conexões entre fragmentos de informação aparentemente heterogéneos, são