razão iluminista
Em contrapartida, vemos que as concepções do pensamento cartesiano foram responsáveis pelo desenvolvimento de uma noção bastante rígida de razão. No século XIX, a filosofia positivista passou superestimar o racionalismo chegando ao ponto de não estabelecer os limites que o mesmo possuiu ao representar uma das várias formas que o homem pode entender o mundo. Ao longo do século XX, novas descobertas no campo das ciências humanas e exatas colocaram a razão cartesiana em xeque. Em termos gerais podemos dizer que iluminismo é "A linha filosófica caracterizada pelo empenho de estender a crítica e o guia da razão em todos os campos17 da experiência humana" (ABBAGNANO, 1962, p. 509). O próprio Kant no Prefácio à primeira edição da Crítica da razão pura, define a sua época como de crítica: A nossa época é por excelência uma época de crítica à qual tudo deve submeter-se. De ordinário, a religião, por sua santidade, e a legislação, por sua majestade, querem subtrair-se a ela. Mas neste caso provocam contra si uma justa suspeição e não podem fazer jus a uma reverência sincera, reverência esta que a razão atribui exclusivamente àquilo que pode sustentar-lhe o exame crítico e público. (KANT, 2005a, p. 15). A filosofia iluminista possui uma confiança decidida na razão humana, propõe um despreconceituoso uso crítico da razão voltada para a libertação em relação aos dogmas metafísicos, aos preconceitos morais, às superstições religiosas, às relações desumanas e tiranas políticas, os quais representam para os