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ECOFISIOLOGIA DE CIANOBACTÉRIAS PRODUTORAS DE CIANOTOXINAS
Renato Molica1* & Sandra Azevedo2
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Unidade Acadêmica de Garanhuns, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Av. Bom Pastor s/n. CEP 55292-270. Garanhuns, PE, Brasil.
Laboratório de Ecotoxicologia de Cianobactérias, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Ilha do Fundão. CEP 21941-590. Rio de
Janeiro, RJ, Brasil.
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Email: rmolica@uag.ufrpe.br
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RESUMO
As cianobactérias em razão de sua longa história evolutiva podem ser encontradas em praticamente todos os ecossistemas do Planeta. O processo de eutrofização dos ecossistemas aquáticos tem propiciado condições favoráveis para que as cianobactérias dominem a comunidade fitoplanctônica e formem florações. Dentre os aproximadamente 150 gêneros de cianobactérias conhecidos, 40 estão relacionados com a produção de toxinas. De acordo com suas estruturas químicas, as cianotoxinas podem ser incluídas em três grandes grupos: os peptídeos cíclicos, os alcalóides e os lipopolissacarídeos. Entretanto, por suas ações farmacológicas, as duas principais classes de cianotoxinas até agora caracterizadas são: neurotoxinas e hepatotoxinas. As neurotoxinas levam a óbito os animais vertebrados em razão de uma parada respiratória. De um modo geral, a ocorrência de florações de cianobactérias produtoras de hepatotoxinas são mais frequentes em todo mundo. Ainda não há compreensão clara da função das cianotoxinas. Algumas hipóteses apontam para um papel contra herbivoria do zooplâncton, outras de que as cianotoxinas poderiam atuar como quelantes de metais pesados e alguns autores acreditam que elas podem ter também um papel na comunicação intercelular. Além disso, também não está totalmente esclarecido como os fatores ambientais influenciam na produção das cianotoxinas. Como as microcistinas são as cianotoxinas com maior ocorrência em todo mundo, a maioria dos estudos de ecofisiologia