Rastreio Oncológico Portugal 2013
O rastreio consiste na procura ativa de uma doença ou condição precursora de doença em indivíduos presumivelmente saudáveis em risco de a desenvolver de modo a permitir a terapêutica precoce.1 Trata-se portanto de uma forma de prevenção secundária.
As doenças oncológicas constituem a 2ª principal causa de morte em Portugal e têm um profundo impacto nos doentes, nos familiares e na sociedade em geral, sendo provavelmente as doenças mais temidas pela população em geral.2
O rastreio oncológico pressupõe uma sequência de intervenções em tempo útil e de forma integrada, desde a identificação da população alvo até à terapêutica e vigilância após tratamento, para detetar o cancro em fase subclínica com o objetivo de reduzir a mortalidade e, nalguns casos, a sua incidência.2
A evidência atual é consensual sobre a utilidade de programas de rastreio do cancro nas áreas do colo do útero, mama e colorretal.3 Foi possível demonstrar que a instituição de rastreio reduzia a taxa de mortalidade na ordem dos 80% a nível do colo do útero, 30% a nível da mama e 20% a nível colorretal.2
Os especialistas de Medicina Geral e Familiar estão em posição privilegiada para permitir à população de que cuidam, os programas de prevenção secundária com rastreios adequados, seja na observação oportunista do doente seja convocando-o para avaliações programadas, o que reforça o papel importante dos Centros de Saúde no rastreio oncológico.4
Em Portugal, a elaboração de um Plano Oncológico Nacional (PON), bem como de um Plano Nacional de Prevenção e Controle das Doenças Oncológicas (PNPCDO) corresponde à necessidade de estabelecer uma estratégia global de ação nas diferentes áreas relacionadas com a prevenção e tratamento do cancro, de forma a obter maior qualidade e equidade de cuidados.2,5
Os objetivos gerais do PON e do PNPCDO são reduzir a morbilidade e a mortalidade por cancro, melhorar a qualidade de vida e a satisfação dos doentes com os cuidados de saúde