rascimo
Escrito por: Maria Júlia Reis Nogueira
Secretária Nacional de Combate ao Racismo da CUT
Publicado em: 21/03/2014 • Última modificação: 01/09/2014 - 18:49 Contato:E-mail
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O Brasil concentra a maior população afrodescendente fora da África e, mesmo assim, negro continua sendo o maior alvo da violência e sofrendo a maior desigualdade no mercado de trabalho. Apesar de serem mais da metade da população brasileira, os negros estão subrrepresentados e invisíveis.
Convivemos com a desigualdade entre negros e brancos e muitos pensam que é fruto somente de um problema social, não do preconceito. Isso legitima que o preconceito se mostre em nosso cotidiano. A teoria da igualdade racial em nosso país é desmentida por casos de racismo que ocorrem todos os dias. O nosso racismo é institucional, alimentado diariamente por estereótipos, gracejos e piadas preconceituosas, é uma herança escravocrata que determina qual é o lugar do preto.
Nos últimos meses, o racismo tem se manifestado, por exemplo, no futebol, a paixão nacional. Mesmo existindo vários jogadores negros que jogam muito bem e trazem vitórias ao seu time e à seleção brasileira, não é incomum ver casos de racismo dentro e fora de campo. Foi o que aconteceu em casos recentes como os jogadores Tinga do Cruzeiro, Arouca do Santos, e o árbitro da Federação Gaúcha de Futebol Márcio Chagas da Silva. Fora de campo, ao invés de reconhecimento do crime e apoio aos profissionais do futebol, tivemos a triste notícia de que Luis Felipe Scolari, técnico da seleção brasileira de futebol, argumentou que o melhor caminho é ignorar as pessoas que praticam atos preconceituosos no esporte, pois, se ninguém ligar, as pessoas esquecem.
Mas não é só no futebol que atitudes racistas têm sido evidenciadas. Em fevereiro, dois casos em Brasília chamaram a atenção. No