Ramos do Direito (poesia)
Passando olhei uma grande árvore e seus ramos. De longe, não haviam enganos, mas me era desconhecida. Me aproximei, e eis um tronco perfeito, tinha que ser, pois seu nome era "Direito". De circunferência adimirável, dono de uma altura inigualável. Comportava ramos que pareciam ser algo explorável, mas quando para cima olhei, percebi que já tinham nesta árvore subido, e, com certeza, do seu fruto já haviam comido, mas com misturas perigosas que davam a ela um outro sentido. Mesmo assim, decidi subir, não mais como um menino traquino que se aventura, mas com muito cuidado e com o olhar científico de todo aquele que grandes coisas procura. Subindo, observei seus ramos, todos tinham nomes: O constitucional, tentando deixar todo mundo igual; O administrativo, fiscalizando dos ógãos públicos o seu funcionalismo ; O tributário, trazendo receitas para o Estado, seu destinatário; O processual, formalizando os processos para que nada corra mal; O penal, protegendo os bens da vida com sansão proporcional; O eleitoral deixando o povo escolher o Bom e também o Mal; O do consumidor, transmitindo segurança para o comprador; O do trabalho, assegurando quem está no "batalho"; O previdenciário, que ampara quem muito contribuiu com seu trabalho... E assim, cada um em suas belas terminologias e significativas ideologias. Pena que alguns que nesta árvore subiram antes de nós a transformaram em arma perigosa demais, espada de dois gumes, que corta para salvar, mas também para matar aos que não sabem usar sua voz...Quando percebi isso quase caí do galho, respirei fundo, senti uma gota de orvalho que me fez entender que o direito não é tão falho, mas sim, a forma como me asseguro e como com ele trabalho.
José Ribamar Rabêlo Neto, acadêmico de Direito na faculdade Estácio de Sá São Luís -MA