Radiologia
A leitura da matéria publicada pelo JORNAL DO COMMERCIO revela a rapidez com que a nova descoberta foi apropriada pela medicina. Em questão de semanas, médicos passaram a enviar seus pacientes para serem radiografados em laboratórios especializados e em um deles, dirigido por um engenheiro elétrico em Chicago, foram feitas mais de 1400 radiografias durante o ano de 1896.
Este rápido salto da descoberta para a aplicação tecnológica é facilmente explicável, quando consideramos que o equipamento básico para a produção de raios X era bastante conhecido pelos físicos experimentais, de fácil construção e relativamente barato. Além disso, o próprio Röntgen, em seu primeiro artigo, sinalizava claramente para as aplicações de sua descoberta, ao apresentar a radiografia de uma mão; tratava-se da mão de sua esposa, que foi exposta durante 15 minutos à radiação. Igualmente, em sua conferência de 23 de janeiro de 1896, na Sociedade Física e Médica de Würzbug, ele fez uma demonstração na qual radiografou a mão de professor de anatomia, Kolliker.
Assim, já em 12 de março de 1896, a revista NATURE publicava anúncio, de um fabricante de Edinburgo, oferecendo conjuntos completos para amadores e profissionais que desejassem produzir radiografias. O anúncio menciona que um dos conjuntos permite obter a sombra dos ossos da mão após longa exposição; um conjunto mais caro permitia obter a mesma coisa com uma exposição de 30 minutos.
Thomas Alva Edison, que além de profícuo inventor (foi o criador da lâmpada elétrica) era também empresário, desenvolveu o fluoroscópio, o aparelho que permite obter imagens de raios X sobre uma tela fluorescente, ao invés de uma chapa fotográfica. Em 25 de março de 1896, Edison obteria a licença para a produção comercial do aparelho e pouco tempo depois um "Thomas A. Edison X-ray kit" estava à venda no mercado. Em maio do mesmo ano ele exibiu o aparelho em uma exposição promovida pela "Electric Light Association"