racismo no Brasil
Quando o colonizador português aqui chegou, no início do século XVI, encontrou um panorama étnico bem definido: nações indígenas, possivelmente originárias da Polinésia no Oceano Pacífico, bem distribuídas por todo o território brasileiro.
A lucratividade do tráfico negreiro e o interesse das nossas primeiras oligarquias agrárias em mão-de-obra escrava estimularam a vinda do negro africano para o Brasil. Em meados do primeiro século da colonização, um acordo silencioso foi firmado: o índio era "do padre", que tentava protegê-lo da escravização imposta pelo europeu, vivendo nas missões ou reduções jesuíticas da Amazônia, Sudeste e Sul do Brasil; o negro era trazido da África e explorado pelos portugueses.
Nascia no Brasil um sincretismo cultural: a fusão de formas e conteúdos culturais indígenas, africanos e europeus. Uma mistura da religião católica e de cultos africanos, de melodias portuguesas e ritmos africanos, de hábitos alimentares indígenas e de comportamentos híbridos que formariam a base da cultura brasileira.
O fim da Segunda Guerra Mundial e, notadamente, o avanço nos anos 60 e 70 dos movimentos pelos direitos civis nos EUA, fizeram evoluir as condições dos negros quanto à obtenção da cidadania. A Corte Suprema norte-americana tipificou a segregação racial como crime federal.
Este progresso que o movimento negro americano conheceu contribuiu para o desenvolvimento de relações igualitárias, em termos étnicos, em toda a América. Embora tenhamos ainda, no Brasil, uma parcela significativa de pobres e excluídos de origem negra, como consequência de um processo histórico, há um aumento recente e representativo da classe média negra em nosso país, fruto da atuação de diversos grupos em defesa desses direitos.
Essa condição, somada a uma participação cada vez mais crescente da sociedade brasileira em questões que antes eram um