Racismo no Brasil
1° ANO – MÉDIO
JUNHO/2014
Origens
Os colonizadores portugueses tinham em mente um modelo de sociedade a ser implantada nas terras da América: patriarcal, baseada na posse da terra, na religião católica, no conceito de cor e de pureza de sangue. Transplantava-se assim, um ideal de sociedade européia, que obviamente passou por uma série de adaptações para se consolidar no Brasil. Um dos aspectos mais interessantes, que vou abordar aqui, é a questão racial.
Ser nobre era mais que possuir terras e bens. Era necessário ser admirado e reconhecido pelas classes sociais inferiores e pelos iguais. Apresentar uma árvore genealógica sem “mácula”, neste sentido, era fundamental: os “homens bons” não poderiam ter parentesco com judeus ou cristãos novos, homens “mecânicos” (trabalhadores manuais), negros ou mouros. O status do indígena foi vacilante: ora era valorizado, como aliado na missão colonizadora; ora era classificado como “negro da terra”, ou seja, de raça inferior – esta última visão acabou se tornando dominante.
No Brasil de então, era extremamente raro encontrar alguém que preenchesse tais requisitos. Mesmo porque a escassez de mulheres brancas limitava muito a formação de famílias socialmente desejáveis. Então, a sociedade foi se formando com base nas aparências: se a pessoa não tinha árvore genealógica “pura”, era possível fabricá-la. Esconder parentescos, comprar honrarias, adulterar documentos – esses eram os expedientes usados para driblar as regras existentes. Negros e mulatos ricos podiam ser aceitos, desde que apagassem suas origens raciais.
Essa carga negativa das raças inferiores – que acabou se voltando mais para os africanos e também para os indígenas – foi um dos elementos formadores da sociedade brasileira. A escravidão, amplamente aceita e até justificada pela Igreja, cristalizou o racismo entre nós. Necessária para viabilizar a economia da época, baseada no monopólio e voltada para o