Racismo em Portugal
Introdução
A partir do século XX, deparámo-nos com acordar das elites portuguesas para o tema do racismo e da etnicidade tendo sido a problemática, a partir daí, objeto de estudo para as ciências sociais.
Portugal é tradicionalmente considerado um país de emigração, porém, recentemente, tornou-se também num país de imigração o que contribuiu para uma heterogeneidade da população portuguesa. Não há dúvidas que a imigração sempre trouxe várias vantagens aos países em questão, tanto na altura em que os Estados a incentivavam como hoje em dia, em que as fronteiras se encerram.
Sabendo que a riqueza que os trabalhadores migrantes produzem nos países que os acolhem é muito mais superior às despesas que a sua presença toma, eles são acusados, nos discursos racistas, de virem “roubar” aquilo que é nosso.
Mas acima da realidade descrita e de qualquer outro argumento que leve à explicação da existência da imigração, está o direito do ser humano de circular livremente e se instalar onde quiser. Assim, Portugal não é exceção e também o nosso país é culpabilizado por vários comportamentos racistas ao longo do tempo, apesar de se sentir de uma forma menos brusca comparativamente a outros países.
4.1. Diversidade étnica em Portugal
Portugal manteve-se durante muitos anos dominante dos povos colonizados, o que constituía um entrave às influências interculturais, porém, com o crescimento da imigração, existe a oportunidade da nossa cultura conhecer e explorar outras culturas distintas. Hoje, Portugal é considerado um país “mestiço”, classificação dada desde a revolução do 25 de Abril. Até 1974, a sociedade portuguesa era homogénea, destacando-se apenas a presença da comunidade cigana. Com o fim da guerra colonial e a independência das colónias de África, assiste-se a uma vaga emigratória desses territórios no nosso país. Muitas das pessoas, principalmente os retornados, eram negros e indianos. Desde