Química
Na segunda metade do século XIX, muitos conceitos físico-químicos estavam sendo estabelecidos1-5. Na década de 1860, Cato M. Guldberg (1836-1902) e Peter Waage (1833-1900) formularam a lei da ação das massas. Em 1877, Wilhelm Pfeffer (1845-1920) produziu a primeira membrana semipermeável, com a qual descobriu aproporcionalidade entre pressão osmótica e concentração da solução. François-Marie Raoult (1830-1901) publicou em 1883 seus estudos sobre abaixamento do ponto de congelamento e elevação do ponto de ebulição. Esse trabalho serviu de base para os trabalhos de Jacobus H. Van't Hoff (1852-1911) na sua lei de solução diluída, em 1886. Entretanto, as soluções de sais inorgânicos não obedeciam a essa lei e Van't Hoff introduziu ofator de correção i (chamado coeficiente de Van't Hoff, que indica o número médio de partículas formadas por molécula. Ele é associado ao grau de dissociação da mesma6). Até aquele momento não havia nenhuma explicação para este fato.
Nessa mesma época, uma outra frente de estudos a respeito da pilha voltaica e descobertas relacionadas se estabeleceu. O conceito de íon foi introduzido por Michael Faraday (1791-1867), em 1833, a partir de seus estudos de eletrólise1,4,5. Em 1853, Johann W. Hittorf (1824-1914) descobriu que os íons se moviam sob a ação de uma corrente, e que isso variava de espécie para espécie2,3. Em 1876, Friederich W. G. Kohlrausch (1840-1910) desenvolveu um novo método para determinar a condutividade, e com isso estabeleceu a lei da migração independente dos íons1-3.
Svante Arrhenius (1859-1927) percebeu em sua teoria de dissociação eletrolítica (1887) que a lei da ação das massas podia ser aplicada às reações iônicas3-5. Supôs que algumas das moléculas de um eletrólito eram dissociadas em seus íons que, por serem partículas carregadas, eram passíveis de movimento independente sob ação de um campo elétrico. Assim, calculou a pressão osmótica pela