quimica
As origens históricas da constante de Avogadro.
Aécio Pereira Chagas (PQ)
Instituto de Química e CLE - Unicamp (aecio @iqm.unicamp.br).
Palavras Chave: constante de Avogadro, realidade molecular.
Introdução
De um modo geral os textos de Química, Física e de História destas ciências não mencionam as origens históricas da constante de Avogadro. Ela foi proposta em 1909 pelo físico-químico francês Jean
Perrin (1870-1942), em seu artigo Mouvement brownien et réalité moléculaire 1.
Jean Perrin nasceu em Lille, França, em 1870.
Estudou na École Normale de Paris, doutorando-se em 1897. Em 1910 foi nomeado Professor de Físicoquímica na Sorbone, onde permaneceu até 1941, quando refugiou-se nos EE. UU. para escapar à perseguição nazista. Faleceu em Nova Iorque em
1942. Seus trabalhos envolveram raios catódicos, sistemas coloidais e fotoquímica. Recebeu o Prêmio
Nobel de Física em 1926, “pelo seu trabalho sobre a descontinuidade da matéria e especialmente pela sua descoberta do equilíbrio de sedimentação”. 2,3
Resultados e Discussão
Neste longo texto mencionado, Perrin mostra as evidências da realidade molecular, apoiada principalmente nos resultados por ele obtidos nos estudos de suspensões coloidais de goma-guta
(diâmetro de ~500 nm) em processos de sedimentação e na verificação das previsões teóricas de Einstein. Inicialmente Perrin menciona os fundamentos da teoria de Dalton, a hipótese de
Avogadro (volumes iguais de qualquer gás, nas mesmas condições de pressão e temperatura, apresentam o mesmo número de moléculas), os pesos atômicos e moleculares e as leis dos gases ideais. Combinando estes conceitos, Perrin estabelece que: A molécula-grama de qualquer gás apresenta sempre o mesmo número de moléculas, e propõe que este número seja chamado constante de
Avogadro (N). O que Perrin denomina “moléculagrama” vem a ser a massa (em gramas) de um mol de gás, que hoje denominamos simplesmente