Quimica organica
A exploração da pecuária de corte gaúcha é desenvolvida, basicamente, mediante sistemas extensivos, com a utilização das pastagens nativas como a principal fonte de forragem para alimentação animal. Essas pastagens ocupam uma área aproximada de 11,7 milhões de hectares que representam, aproximadamente, 54% da área total do Estado, e comporta um rebanho bovino com 13,2 milhões de cabeças (IBGE, 1996). Como principal característica, essas pastagens apresentam uma grande biodiversidade, cuja maior produção e qualidade ocorre no período da primavera-verão (Ospina & Medeiros, 2003).
Do ponto de vista nutricional, o período crítico para os sistemas de produção, fundamentados na utilização de pastagem nativa, são os meses de inverno, em virtude dos baixos teores de proteína bruta e dos altos teores de fibra em detergente neutro lignificada, apresentados pelas pastagens nessa época do ano.
O baixo nível de proteína é um fator limitante ao crescimento dos microrganismos ruminais, o que causa uma lenta degradação da forragem ingerida, maior tempo de retenção do alimento no rúmen e menor consumo de nutrientes pelos animais (Soest, 1994). Nessas condições, são observados baixos índices zootécnicos, com perdas de peso que podem atingir até 30% do peso vivo no inverno (Barcellos et al., 1999), podem aumentar a idade de abate e piorar a qualidade do produto final, deixando como resultado redução na receita do produtor e ineficiência no sistema de produção.
Uma das alternativas existentes para reverter o quadro anterior é a utilização da suplementação protéica de animais, que consomem pastagens nativas diferidas no verão-outono. Em situações onde existe uma boa disponibilidade de matéria seca na pastagem (2000–2500 kg), a suplementação protéica pode reduzir as perdas de peso no inverno e proporcionar ganhos de peso da ordem de 300 g animal-1 dia-1 (Zanetti et al., 2000).
Alguns resultados de pesquisas indicam que os principais efeitos da suplementação