QUESTÃO SOCIAL – A EXPLORAÇÃO DO TRABALHO PELO CAPITAL
1 INTRODUÇÃO
Está solidamente estabelecido no Serviço Social que a “questão social” se constituem na matéria sobre a qual o exercício profissional vai se realizar, esta atinge a vida dos trabalhadores nas suas exigências pela garantia de direitos civis, sociais, políticos e humanos, remetendo-os à luta pela “cidadania”. A “questão social” adquire centralidade no exercício profissional, uma vez que o assistente social vai intervir no campo das suas expressões tradicionais e novas, consideradas como manifestação de um tipo de relação do trabalho/capital. E o faz através de uma modalidade instituída pelo Estado burguês, qual seja, pela via das políticas sociais. As políticas sociais, pela sua natureza contraditória, constituem-se, de um lado, numa forma de o Estado alcançar o consenso entre as classes, escondendo a incompatibilidade entre os interesses do capital e do trabalho, e, de outro, como expressão das lutas sociais, o que permite que a relação capital-trabalho transite do domínio privado para a esfera pública e venha a se constituir em mecanismo de contenção da fúria do capital em busca da sua valorização. São as múltiplas manifestações da “questão social” como demandas de moradia, de creches, de alimentação, de trabalho, saúde etc. Tentaremos compreender a “questão social” tendo em vista que esta expressão desde a primeira vez em que foi utilizada (aproximadamente a partir de 1830) para designar uma nova dinâmica da pobreza que se generalizava (CASTEL, 1995; NETTO, 2001), tem sido amplamente divulgada pelo pensamento conservador como forma de adquirir o consenso entre as classes, escondendo que a “questão social” é a expressão mais elevada da contradição constitutiva do capitalismo: a exploração do trabalho pelo capital.
2 dESENVOLVIMENTO
A expressão “questão social” foi definida no