Questionario
No prologus, More fala das questões políticas inglesas do século XVI.
O livro descreve um encontro entre o autor e seus amigos Peter Gilles e Rafael Hitlodeo. Este último fora marinheiro nas expedições de Américo Vespúcio, continuando as viagens por conta própria após a morte do italiano. Um dos lugares visitados por Hitlodeo foi a "nova ilha de Utopia". A descrição sócio-econômica da ilha pinta com palavras o quadro de uma sociedade perfeita, idílica, imaginária, inexistente e inconcebível na Inglaterra dos "enclousures" (cercamentos de terra). Talvez por isso mesmo, More a contorna como uma "Cidade de Deus", em oposição às cidades terrenas.
Nota-se, em sua obra, forte influência e intensa presença de idéias platônicas. Utopia repete a tese de que a existência de propriedade privada desvirtua o homem e atrapalha sua "política de virtudes", defendida por Platão em "A República". A obra transcorre ainda no Mundo-das-Idéias platônico.
More se põe como paladino ferrenho da ética cristã, contrapondo-se à ética política proposta por Maquiavel. More propõe a busca do cristianismo em sua fonte original, que é a Palavra de Deus/Jesus Cristo transcrita na Bíblia, o fundamento único da crença.